quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um Brasil Ligado'

     Por volta do século XIX, onde a comunicação entre as regiões brasileiras era escassa, a região Oeste do Brasil ainda era tida como isolada das demais regiões e fronteiras latinas. Neste contexto e após  a enorme difusão do telégrafo, criado no século XVIII com o objetivo de transmitir informações (através de códigos), de maneira segura e para longas distâncias; o governo republicano decidiu implantar uma linha telegráfica na região Centro-Oeste do Brasil, que ligaria Mato Grosso a Goiás. Quem foi convocado para fazer parte da Comissão de Construção de tal obra foi o chefe do Distrito Telegráfico do Mato Grosso; o  Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
     Rondon nasceu em 5 de maio de 1865 em MT, havia herdado de seus bisavós a descendência indígena e dedicou-se muito às escolas militares. Agora lhe fora dada a  tarefa de abrir caminhos para a comunicação; e ele o fez. Desbravando terras, lançando linhas telegráficas e mapeando terrenos; desempenhou um papel muito importante na construção de linhas telegráficas por vários estados brasileiros. Ele dirigiu a construção da linha entre Cuiabá e Corumbá, alcançando as fronteiras paraguaias e bolivianas, mas isso só era o começo.
     Para se ter uma ideia de sua contribuição, foi o responsável por liderar a construção da primeira linha a passar pela região Amazônica, com a comissão que teve o seu próprio nome, a Comissão Rondon. Com esta, ele construiu 372 km de linhas e mais cinco estações telegráficas. Foi possível também, conciliar os trabalhos da construção da ferrovia Madeira-Moré com os de integração telegráfica da Roraima na inauguração da estação telegráfica de Santo Antônio do Madeira, onde finalizou seu trabalho. Um fator um tanto negativo em suas construções era o grande desmatamento, necessário para a implantação das linhas nesta época; mas que hoje nos dão uma noção do que foi perdido.
   Um aspecto relevante, que fez crescer a admiração por Cândido Rondon, é que ele mantinha relações cordiais com várias tribos indígenas, jamais se impondo à elas. Portanto, ao mesmo tempo que abria caminhos para a comunicação, valorizava cultura; respeitava os índios (mesmo após ter sido ferido gravemente  por uma flecha, lançada por uma tribo). Teve um papel importante na catequização dos mesmos e  foi referência para a criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI).  Além disso, era defensor nato do povoado do sertão, tanto quanto a favor da expansão do Oeste brasileiro e sua maior participação na economia do país. Em defesa destes ideais tornou-se colaborador de Getúlio Vargas; após ter saído da prisão decorrente da tomada de poder do próprio Getúlio, pela Revolução de 30. Rondon também ingressou na Igreja Positivista em 1898, por identificar com suas proposições.
    Depois de ser considerado, por que não dizer, o responsável pelo avanço da telegrafia brasileira, de ter dado o exemplo na relação com os índios e ser indicado ao prêmio nobel da paz; Cândido Rondon morre, aos 92 anos,  no Rio de Janeiro. Deixando como legado muito mais do que ligações de telegráficas e sim, ligações entre diferentes culturas; até então isoladas do Brasil.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Uma Ideia Luminosa!

     Todos nós sabemos que gênios da lâmpada não existem, não é mesmo?  Pois é, mas no caso do mais célebre inventor de todos os tempos Thomas Alva Edison somos obrigados a repensar essa hipótese; analizando-a sob outros ângulos. Segundo uma matéria da revista Superinteressante que descreve (de uma maneira um pouco cansativa) a vida do inventor e suas principais contribuições para a humanidade, ele só poderia ser considerado um gênio: "O gênio da lâmpada".  
     Quando garoto, Thomas, não pôde frequentar a escola já que era considerado inquieto e curioso demais aos olhos dos professores. A tarefa de educá-lo coube então à sua mãe. Ex-professora e consciente de que o filho era rejeitado pela escola, Nancy, passou a cercar Thomas de livros, a partir dos quais ele começou a realizar experiências em um laboratório (montado em sua própria casa). Mais tarde, com as dificuldades enfrentadas por sua  família e a mudança para as proximidades da fronteira canadense, Al (como era chamado pela mãe) começou a trabalhar em um trem diário, onde além de vender frutas e doces e a edição vespertina do Free Press (o principal jornal de Detroit); sobrava tempo para ler e para realizar experiências no laboratório que ele tinha montado no bagageiro do trem. Com o dinheiro que ganhava, Thomas passou a publicar semanalmente avisos e fofocas, os quais ele escrevia dentro do próprio trem e chamou de "Arauto Semanal".
     Após ter sido expulso do trem, devido à um incêndio provocado pelo vazamento de frascos no laboratório, Thomas passou a aprender e praticar tipografia nos EUA, revelando-se um operador de primeira. Por volta dos vinte e um anos viajaria para o Brasil, mas acabara desistindo da viagem devido ao atraso do navio que o levaria. É, literalmente o Brasil chegou atrasado e não teve a honra de receber em suas terras este fascinante inventor.
     Por esta época, Thomas compra, dois volumes de Pesquisas Experimentais de Eletricidade, que demonstram como a energia mecânica pode se converter em eletricidade. A partir daí, segundo ele era a "hora de arregaçar as mangas"; e assim o fez. Desenvolveu uma máquina de votar e apresentou-a ao Congresso dos EUA, mas o projeto não interessou aos políticos, decepcionando Edison e fazendo-o tomar a decisão de ir para Nova York. Sem dinheiro e alimentando-se basicamente de café e pastel de maçã; o que realmente fez este esforço valer a pena foi uma questão de sorte, ele estava no lugar certo e na hora certa. Quando a máquina que transmitia as cotações do ouro na bolsa de valores havia quebrado, Edison consertou-a rapidamente e foi recompensado com um emprego na companhia responsável pela divulgação das cotações. Assim ele pôde desenvolver, o já idealizado teletipo para registrar automaticamente em papel as cotações das ações na Bolsa. 
       Em 1876, construiu o primeiro laboratório não universitário de pesquisas industriais que se tem notícia, onde trabalhava de igual para igual com qualquer um de seus empregados. No Natal de 1871 teve seu primeiro casamento, com uma jovem que trabalhava  no Menlo Park, com a qual teve três filhos. Um ano e meio após a morte de Mary, Thomas casa-se novamente com Mina Miller e com esta tem também três filhos, dois meninos e uma menina. Podemos considerar negativo o fato que, mesmo se relacionando bem com a família, esta sempre ficara em segundo plano para Edison; que não trocava seus experimentos por nada, inclusive após a morte de sua primeira mulher definiu-se como estranho perante aos filhos.
   Anos mais tarde, com a invenção do telefone, Edison pôs-se a aperfeiçoar o aparelho, até conseguir utilizar (ainda hoje) o transmissor a base de carbono. Ainda não satisfeito, investiu na ideia de que o som poderia ser conduzido por impulsos elétricos e mais, que ele poderia ser gravado e ouvido. A partir destas conclusões ele próprio pôde inaugurar o fonógrafo, esta "máquina de falar" que tornou-o celebridade aos 31 anos e assim continuaria sendo até o final de sua vida e consagrando-o a cada novo invento.
     E por falar em novo invento, chegamos a uma fase determinante para o desenvolvimento da humanidade, onde as velas e lampiões a gás foram trocados por nada mais, nada menos que a lâmpada elétrica. Durante mais de um ano Thomas e seus assistentes trabalharam nesta invenção que era, aparentemente, tão simples. Mas a maior dificuldade encontrada por eles foi a de descobrir um material que não queimasse, para compor o filamento da lâmpada elétrica e depois de testes e mais testes, chegaram ao fio de algodão carbonizado. Aos 21 de outubro de 1879 a lâmpada acendeu-se por 45 horas seguidas, Edison chamou a imprensa para registrar tal descoberta e, a partir deste momento, passou a ser o homem mais admirado do mundo. Faltava criar um sistema transmissor e gerador de eletricidade, no qual Edison perdeu um bom tempo teimando e tentando demonstrar (inclusive eletrocutando animais) que a utilização da corrente com elétrons em diferentes direções era muito perigosa; e ele só aceitou tal ideia depois que este sistema fora adotado em toda a parte.
     Uma de suas das últimas contribuições para a humanidade, foi o projetor de cinema. Uma caixa de madeira com um filme de imagens, acionado por uma manivela. Depois de tantas contribuições e uma vida repleta de conhecimento e persistência,  aos 84 anos de idade Thomas Alva Edison nos deixou. Contudo, seus inventos e o reconhecimento conquistado por ele, serão eternos na história da humanidade. No dia de seu enterro todas as luzes dos EUA foram desligadas por um minuto. Um minuto de homenagem e gratidão a quem praticamente, deu a vida para o avanço da humanidade. Aquele que viveu para inventar.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Enviando Praticidade?!

       Os meios de comunicação passaram por vários processos de evolução ao longo dos anos e hoje, o mundo virtual domina o nosso dia a dia e a forma que nos comunicamos. O correio virtual, por exemplo, é um grande transmissor de informações que cada vez mais substitui os outos sistemas de correspondência. Mas até que ponto isso é considerado positivo? 
      Podem falar o que quizerem mas quem não sente falta daqueles tempos em que se abria a caixa de correio e encontrava nela cartas de amigos distantes mandando notícias e sabia-se que era lembrado realmente por alguém querido? Pois é, e pensar que atualmente isso tudo é muito incomum. 
      Hoje em dia, o correio não é mais utilizado para o envio de cartas e cartões postais, com algumas excessões, basicamente serve para enviar contas (água, luz, telefone..) e, em alguns casos, pequenas mercadorias. Mas o que predomina mesmo é o correio eletrônico. Afinal , se levarmos em considerção o tempo utilizado para escrever uma carta, levá-la até o correio, selá-la e esperar dias para que o destinatário a receba, e o tempo levado para enviar um email; percebemos o porquê da utlilização deste ser cada vez maior, em uma sociedade onde a praticidade ganha cada vez mais adeptos.
     O email só não tomou o espaço do correio em relação ao envio de  alguns objetos , e documentos que não podem ser  mandados via internet.  Mas não foi sempre assim. Após sua criação, o correio era voltado para os interesses dos poderosos que precisavam comunicar-se com localidades distantes sem ir até elas. Neste contexto, os animais  passaram a  desempenhar o importante papel de levar informações de um lugar para outro; como exemplo podemos citar os  famosos pombos correios e por que não, os cavalos correios persas , que  percorriam grandes distâncias para entregar correspondências. Isso mesmo, os animais eram o correio da época.
      Após popularizado e considerado durante vários anos a única maneira eficaz de enviar correspondências , o correio começou a ser deixado de lado com a introdução de novas maneiras, mais rápidas e em parte, mais eficazes de se comunicar. É válido ressaltar, no entanto,  que não devemos nos tornar "reféns " das tecnologias, já que elas também podem falhar e nem sempre modernidade está relacionada com qualidade e veracidade. Portanto é bom não desprezar o bom e velho correio que ainda tem sim sua importância.  

quarta-feira, 30 de março de 2011

O Papel Nosso de Cada Dia

      Quando falamos em papel é inevitável não relacioná-lo com a escrita, mas o que não paramos para pensar é onde o homem registrava sua história antes do surgimento dele. Pois é foram muitos os locais, desde as antigas pedras até a atual memória de computador; mas os que merecem destaque pela sua enorme difusão são o papiro, o pergaminho e é claro, o papel.
      O papiro veio antes, utlizado pelos egípcios desde a alta antiguidade e posteriormente foi levado para a Europa e Ásia.  De origem vegetal, o caule era cortado longitudinalmente e desdobrado em tiras que, através de várias sobreposições e secas ao sol estavam prontas para receber a escrita, através de talos vegetais. O pergaminho surgiu depois e teve sua origem relacionada com um "conflito" entre o Rei de Pérgamo e os faraós egípcios. Êumenes, o rei de Pérgamo, queria atrair o principal poeta da Biblioteca de Alexandria para a cidade, fato que se mostrou como uma ameaça a supremacia do Egito e seus poderosos faraós, que proíbiram a venda de papiro para a cidade.  Êumenes, então, expandiu sua biblioteca utilizando-se de peles de animais - principalmente carneiros - que tinham a vantagem de durarem mais, apesar de seu custo ser mais elevado. Neste momento, segundo o autor, a escrita em peles de animais recebeu um nome e aumentou sua difusão pela Europa. Contudo, esta escrita já era bastante comum antes mesmo do século II a.C, o que não interfere na importância de Êumenes neste processo; já que pode-se dizer que o pergaminho difundiu-se e substituiu o papiro quando o bloqueio árabe do Mediterrâneo fez com que o mesmo praticamente desaparecesse do continente.      
      Segundo Antonio Costella no capítulo II de seu livro "Comunicação - do grito ao Satélite" os grandes inventores do tão indispensável papel foram os chineses. Por volta de 105 d.C Tsai-Loun teria apresentado ao Imperador um novo material para escrita, feito a partir de cascas de árvores, trapos e cânhamo. Inicialmente o papel e o tecido era usados igualmente na China devido, principalmente, às semelhanças quanto as matérias-primas empregadas na fabricação dos dois. Mesmo após comprovado que o primeiro papel que se tem notícia na história foi encontrado em uma tumba chinesa perto do século II a.C; a Tsai-Loun coube o mérito de aprimorar esta invenção.

         Após sua descoberta , o papel expandiu-se rapidamente pelo Oriente e Ocidente, em ambos a sequência de vir primeiro o comércio e bem depois sua fabricação prevaleceu. A primeira fábrica de papel, segundo uma lenda, foi montada no Uzbequistão após a derrota chinesa para os árabes e obteve grande sucesso devido a abundância de linho e cânhamo. Apesar de estar escassa de materiais para a escrita, a Europa demonstrou resistência na aceitação do papel, (fato que explica a demora na sua utilização por parte de todos os países europeus;)  alegando que o papel era muito frágil e não confiável. Na verdade esta demora tratava-se de um preconceito,  pois o papel teria chegado na Europa pelas mãos dos árabes e judeus, inimigos religiosos dos europeus em uma época marcada pelo fanatismo cristão. Ao longo dos anos, com o barateamento e o aumento de sua qualidade, o papel ganhou cada vez mais adeptos,  principalmente após o surgimento da tipografia e o início dos tão popularizados jornais impressos.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Jornal...Simplesmente Jornal

      Tanto se fala em jornal desde tipografado, manuscrito, até os de rádio, televisão e as informações da própria internet,.. mas afinal como podemos definir jornal? Para Antonio Costella autor do livro "Comunicação - do Grito ao Satélite", trata-se de "Toda e qualquer publicação dotada de atualidade, periodicidade e variedade de matéria pouco importando seja ela tipografada ou não, seja impressa ou não.", ou seja, não importa a maneira como esta publicação chega às pessoas, o importante é que a faça de maneira contínua e atual. Neste livro percebemos que desde a época em que o homem desenhava nas paredes houve uma necessidade de se comunicar e informar a realidade na qual vivia e que esta necessidade foi aumentando com o passar dos tempos.     
      Embora a data que marque o sugimento do jornal seja o ano de 1600,  é preciso deixar claro que ela refere-se ao início do jornal impresso e não do início da utilização deste importante meio de comunicação; que apenas ganhou vazão após o uso da tipografia.Os primeiros jornais eram feitos manualmente, (as chamadas gazetas manuscritas) feitas por  pessoas comuns e não por jornalistas. Como exemplo que o jornal existia independente da utilizaçao da tipografia, temos o Jornal do Poste de São João Del Rei -MG, um periódico datilografado distribuído diariamente pelas placas dos locais mais movimentados e que logo popularizou-se com várias edições diárias e até anunciantes. Outro exemplo são os antigos Murais Romanos, que destacaram o povo na criação do jornal. Por meio destes as pessoas eram informadas desde os acontecimentos político-religiosos até os mais inusitados que marcavam aquele local, já que essas informações espalhavam-se entre as pessoas e com o tempo passaram a tratar de assuntos variados. 
        Hoje podemos notar uma certa semelhança entre os Murais Romanos com os blogs e os diferentes sites da internet, (que mesmo ganhando cada vez mais adeptos não tiram a credibilidade do jornal) marcados por uma comunicação periódica, atual e com variedade de conteúdo onde percebemos que há diferentes formas de se comunicar e que não é necessário ser um jornalista para informar.

terça-feira, 8 de março de 2011

“2001 Uma Odisséia no Espaço” e Tecnologia da Comunicação

No filme “2001 Uma Odisséia no Espaço” do cineasta Stanley Kubrick, podemos perceber que há uma relação entre comunicação e tecnologia. A comunicação mostra-se através de gritos e sinais, entre dois grupos de hominídeos que disputavam território entre si; enfatizando a descoberta de um instrumento (osso), que começou a ser usado pelos integrantes de um gupo como uma arma; possibilitando a vitória dos mesmos sobre os rivais. O instrumeto pode ser comparado a uma tecnologia, que representava o poder sobre o outro e a sua utilização por grande parte do grupo como uma boa comunicação entre eles. 



 

A Evolução dos Meios de Comunicação

          Desde a antiguidade o homem vem criando diferentes meios de se comunicar; para isso utilizou-se de várias linguagens ao longo dos tempos, como por exemplo, linguagens corporais, escritas, sonoras e audiovisuais.
           No início a comunicação dava-se através de gritos e gestos e era essencial na luta pela sobrevivência. Depois vieram os desenhos nas paredes que marcaram o período pré-histórico e procuravam descrever a vida, os hábitos e os medos  dos primeiros habitantes. Mas a escrita, propriamente dita, surgiu em placas de barro, a chamada escrita cuneifome, e posteriormente o papiro começou a ser utilizado pelos egípcios. Com o passar dos anos a telegrafia e o famoso Código Morse (utilizado hoje um dia por alguns navios) ganhavam um grande número de adeptos e só seriam substituídos, mais tarde, por outro importante meio comunicação a distância, o telefone.
         Quando falamos em comunicação não podemos deixar de lembrar dos primeiros programas de rádio e televisão (aquelas em preto e branco) , que desde sua criação tinham por objetivo informar e entreter uma grande parte da população. Com a evolução dos meios de comunicação o homem criou uma de suas maiores invenções: o computador; e com ele as tecnologias avançaram cada vez mais; começavam a aparecer os disquetes, os cds.. até chegar no domínio da comunicação por parte da internet e suas redes sociais, cada vez mais presentes na sociedade atual.