Quando falamos em papel é inevitável não relacioná-lo com a escrita, mas o que não paramos para pensar é onde o homem registrava sua história antes do surgimento dele. Pois é foram muitos os locais, desde as antigas pedras até a atual memória de computador; mas os que merecem destaque pela sua enorme difusão são o papiro, o pergaminho e é claro, o papel.
O papiro veio antes, utlizado pelos egípcios desde a alta antiguidade e posteriormente foi levado para a Europa e Ásia. De origem vegetal, o caule era cortado longitudinalmente e desdobrado em tiras que, através de várias sobreposições e secas ao sol estavam prontas para receber a escrita, através de talos vegetais. O pergaminho surgiu depois e teve sua origem relacionada com um "conflito" entre o Rei de Pérgamo e os faraós egípcios. Êumenes, o rei de Pérgamo, queria atrair o principal poeta da Biblioteca de Alexandria para a cidade, fato que se mostrou como uma ameaça a supremacia do Egito e seus poderosos faraós, que proíbiram a venda de papiro para a cidade. Êumenes, então, expandiu sua biblioteca utilizando-se de peles de animais - principalmente carneiros - que tinham a vantagem de durarem mais, apesar de seu custo ser mais elevado. Neste momento, segundo o autor, a escrita em peles de animais recebeu um nome e aumentou sua difusão pela Europa. Contudo, esta escrita já era bastante comum antes mesmo do século II a.C, o que não interfere na importância de Êumenes neste processo; já que pode-se dizer que o pergaminho difundiu-se e substituiu o papiro quando o bloqueio árabe do Mediterrâneo fez com que o mesmo praticamente desaparecesse do continente.
Segundo Antonio Costella no capítulo II de seu livro "Comunicação - do grito ao Satélite" os grandes inventores do tão indispensável papel foram os chineses. Por volta de 105 d.C Tsai-Loun teria apresentado ao Imperador um novo material para escrita, feito a partir de cascas de árvores, trapos e cânhamo. Inicialmente o papel e o tecido era usados igualmente na China devido, principalmente, às semelhanças quanto as matérias-primas empregadas na fabricação dos dois. Mesmo após comprovado que o primeiro papel que se tem notícia na história foi encontrado em uma tumba chinesa perto do século II a.C; a Tsai-Loun coube o mérito de aprimorar esta invenção.
Após sua descoberta , o papel expandiu-se rapidamente pelo Oriente e Ocidente, em ambos a sequência de vir primeiro o comércio e bem depois sua fabricação prevaleceu. A primeira fábrica de papel, segundo uma lenda, foi montada no Uzbequistão após a derrota chinesa para os árabes e obteve grande sucesso devido a abundância de linho e cânhamo. Apesar de estar escassa de materiais para a escrita, a Europa demonstrou resistência na aceitação do papel, (fato que explica a demora na sua utilização por parte de todos os países europeus;) alegando que o papel era muito frágil e não confiável. Na verdade esta demora tratava-se de um preconceito, pois o papel teria chegado na Europa pelas mãos dos árabes e judeus, inimigos religiosos dos europeus em uma época marcada pelo fanatismo cristão. Ao longo dos anos, com o barateamento e o aumento de sua qualidade, o papel ganhou cada vez mais adeptos, principalmente após o surgimento da tipografia e o início dos tão popularizados jornais impressos.
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